Ainda ia a meio do corredor e já
ouvia a balbúrdia que reinava na única sala de porta aberta. O corredor era
longo e ainda despido de folhas, desenhos, recados, mas a luz bailava fácil e dava-lhe um ar bastante
agradável e alegre.
Quando chegou à porta parou e
ficou a olhar.
Os miúdos falavam alto, em grupos
de 2 ou 3, contavam as peripécias das férias, com grande entusiasmo;
esbracejavam e iam fazendo gestos para descrever melhor o que contavam. Era
fácil de perceber o que contavam, tão grande era a energia que transmitiam aos
movimentos que os seus corpos desenhavam. Só um se destacava, encostado a uma
das grandes vidraças da sala. Sozinho, de ar zangado, sobrolho franzido e
braços cruzados. Estava zangado, isso era óbvio.
“Shhhhh!” - Disse alguém entretanto.
De repente fez-se silêncio, como se alguém tivesse carregado no botão do
“sem som” de um comando, e todos olharam para a porta. Lá estava ele: o novo
professor. Alto, com uma bengala na mão.
- Bom dia. – Disse ele, entrando na sala e dirigindo-se para uma mesa de
madeira velha que estava na ponta oposta à porta.
A viagem até à mesa, a que o caruncho tinha claramente feito muitas
cócegas, foi acompanhada pelo olhar de todos os meninos, todos de boca aberta,
sem emitir um som, e avaliando claramente a pessoa que entrava na sala e na
vida deles. O único som que se podia ouvir era o da sua perna que teimava em
roçar o chão, impossibilitada de se dobrar normalmente.
Pousou a sua mala de pele castanha escura envelhecida em cima da mesa,
encostou a bengala na cadeira, apoiou-se na mesa e disse:
- Olá a todos o meu nome é José Horta, e sou o vosso novo professor. Podem
sentar-se nos vossos lugares.
Nesta altura ouviu-se passos apressados no corredor em direcção à porta, e de
repente, um miúdo chocou contra a ombreira da porta, aproveitando que esta
servisse de travão para parar em frente à sala. Ofegante, ali estava um miúdo
de rosto castiço e afogueado, sorriso aberto, cabelos espetados e despenteados.
- Olá Professor, bom dia! Eu sou o Cenourinha! Desculpe o atraso mas a manhã foi um bocadinho complicada! O despertador da mãe não tocou, o carro não quis pegar! Quase parecia um filme a minha manhã Professor! – Apressou-se a dizer
enquanto entrava e se dirigia a uma das mesas com um dos lugares
ainda vago.
- Bem-vindo Cenourinha… – cumprimentou-o o professor enquanto sorria para si,
com a imagem daquele miúdo que mais parecia um turbilhão, tão rápidos foram os
seus movimentos, enquanto falava e se movia.
E foi assim que num qualquer dia de Setembro, se iniciava um novo ciclo.....
Bolo de Cenoura
Ingredientes (rende 16 quadrados de 4cm):
150g de cenoura
150g de açúcar
2 ovos
120ml de óleo
120g de farinha de trigo com fermento
manteiga e folha de papel vegetal para forrar forma
Preparação:
Ligue o forno a 180ºC. Unte uma forma quadrada de 18x18cm e forre com papel vegetal.
Descasque as cenouras e pique-as na picadora. Junte às cenouras, as gemas, o açúcar e o óleo e passe tudo com a varinha mágica até obter uma massa homogénea.
Numa tigela coloque a farinha e junte o preparado de cenoura, envolvendo bem.
Bata as claras em castelo firme e junte ao preparado anterior, com cuidado, mexendo com movimentos circulares, sem bater, até que esteja bem ligado.
Deite a massa obtida na forma e leve ao forno a cozer durante cerca de 30 minutos, ou até que esteja cozido.
Nota: Para verificar se o bolo está cozido, espete um palito de madeira no centro do bolo; se o palito sair sem massa agarrada o seu bolo está pronto.
Pedacinhos de vitaminas!